O Caráter Missionário de Nossas Ações

Texto: Tiago 4.1

O ser humano tem a tendência natural de se proteger ou proteger suas crenças e pontos de vista. Quando o faz, o mais comum é exaltar-se ou amuar-se, magoado. O pensamento diferente incomoda, mas estamos inseridos num mundo ao qual não pertencemos e, portanto, precisamos adotar estratégias para enfrentar o desafio de ser diferente num mundo diferente de nós.

A razão de o pensamento estranho incomodar reside em que ele questiona nossas bases de organização de vida, nossa fé ou nossa conduta ética. A coisa piora quando sai do campo das ideias e se estabelece nas ações, que podem provocar algum prejuízo para nós. A questão é: a resposta que damos ao confronto com o diferente, seja em palavras ou em ações, testifica de nosso compromisso com Jesus ou é uma reação carnal e apaixonada que mais envergonha o Evangelho de Cristo? Jesus nunca precisou de defensores, mas deseja seguidores! Como exemplo, vamos ao testemunho do próprio Cristo:

1) Diante de desconhecidos: Lc 4.25-30
Aqui o testemunho abração campo das ideias e da conduta diante delas. Nossa tendência, quando estamos fundamentados nos princípios, é entrar em discussão e condenar e rejeitar o outro, uma vez que não segue a Cristo. Jesus, nessa passagem, deixou seu recado e, ao ser agredido, simplesmente se retirou: não entrou em contenda (2 Tm 2.22-26).

2) Diante de conhecidos: Mt 26.48-50
Quando “o outro” se trata de familiares ou pessoas próximas, incluindo irmão de fé, o problema se agrava: um estranho não costuma nos abalar tanto quanto uma pessoa querida. Como apresentar ao mundo um testemunho consistente em nossas reações ao desconforto causado pela conduta de nossos queridos? Tg 4.1 traz uma advertência. Há uma tendência a se justificar e minimizar os efeitos de nossos deslizes, mas ampliar e condenar os equívocos dos outros. Queremos ser aceitos, amados, compreendidos, mas precisamos ter a mesma disposição de fazê-lo por nosso irmão, cônjuge, parentes, e na mesma intensidade. Para compreender a maneira de pensar e agir e as motivações dos erros dos outros, precisamos entender o que nos leva a pensar e agir em desacordo com a ética cristã. A partir daí, adotar um padrão de reação santo e construtivo, que resulte em unidade e suporte mútuo. O mundo nos observa!

3) Diante de Deus: Mc 15.34; Lc 23-46
Temos aqui as bases bíblicas que nos libera para questionar o Senhor quando passamos por situações em que nos sentimos abandonados por Ele. Como trabalhar isso de forma a dar um testemunho de fé rico e eficaz? O Senhor Jesus nos dá uma receita muito boa: podemos questionar o Senhor, falar a Ele de nossa sensação de abandono, lançando sobre Ele nossas impressões e ansiedades e, logo após, permitir que o Espírito ministre nossos corações, restaurando nossa comunhão e unidade com o Pai. Nosso “irmão mais velho” o fez e Ele é nosso referencial!

Nossas ações têm caráter evangelístico: podemos estar facilitando ou dificultando que os incrédulos, sejam eles conhecidos ou estranhos, se aproximem de Cristo. Minha conduta, de forma geral, reflete a glória do Senhor? Minhas ações e reações dão testemunho de minha fé em Cristo? Estou efetivamente imitando Cristo em meu dia-a-dia?

Pra. Liana Marolla

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